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19 de abril, 2025

Síndrome do Intestino Irritável: por que o plano alimentar falha sem diagnóstico correto?

Muitos nutricionistas enfrentam uma situação frustrante: pacientes com distensão abdominal, flatulência, constipação ou diarreia que não melhoram, mesmo após mudanças alimentares. A dieta parece correta. As orientações são seguidas. Mas, os sintomas persistem.

Esse é um cenário clássico da Síndrome do Intestino Irritável (SII) — e também um sinal de alerta: sem um diagnóstico preciso e abordagem estruturada, mesmo o melhor plano alimentar pode falhar.

Neste artigo, vamos explorar por que tantos nutricionistas enfrentam esse desafio no consultório e como a especialização em nutrição em gastroenterologia e hepatologia pode transformar esses atendimentos.

SII não é um diagnóstico de exclusão — é um diagnóstico clínico

Apesar de comum, a Síndrome do Intestino Irritável ainda é cercada por mitos. Um deles é a ideia de que só pode ser diagnosticada após a exclusão de todas as outras doenças intestinais. Isso não é verdade.

A SII é diagnosticada clinicamente, com base nos critérios de Roma IV, que consideram:

  • Dor abdominal recorrente, associada a evacuação e/ou alterações na frequência e consistência das fezes
  • Presença dos sintomas por pelo menos 1 dia por semana nos últimos 3 meses, com início há mais de 6 meses

É claro que, diante de sinais de alarme (perda de peso, sangue nas fezes, febre, histórico familiar de DII ou câncer colorretal), o encaminhamento médico é fundamental. Mas, o nutricionista tem um papel central na identificação precoce e no direcionamento adequado desses pacientes.

Por que os planos alimentares fracassam? A raiz está no diagnóstico errado

imagem: canva

Nem toda distensão abdominal é SII. Nem toda diarreia intermitente é alergia ou intolerância. Muitos sintomas digestivos se sobrepõem em diferentes condições, como:

  • Intolerância à lactose ou frutose
  • Supercrescimento bacteriano no intestino delgado (SIBO)
  • Disbiose intestinal
  • Doença celíaca
  • Doença inflamatória intestinal (DII)
  • Endometriose intestinal
  • Parasitoses

Quando o nutricionista tenta atuar sem entender a origem exata do sintoma, corre o risco de aplicar dietas restritivas sem necessidade, prejudicar a adesão e piorar a relação do paciente com a alimentação.

A dieta FODMAP: uma ferramenta poderosa, mas que exige critério

A dieta com baixo teor de FODMAPs (carboidratos fermentáveis de cadeia curta) é uma das intervenções com maior evidência científica no tratamento da SII.

Estudos mostram que até 70% dos pacientes apresentam melhora significativa dos sintomas quando seguem adequadamente essa abordagem. No entanto:

  • Ela não é indicada para todos os casos de sintomas intestinais
  • A aplicação incorreta pode gerar deficiências nutricionais
  • A retirada prolongada de FODMAPs pode prejudicar a diversidade da microbiota
  • A reintrodução mal conduzida pode levar a falsas associações com alimentos

Por isso, é fundamental que o nutricionista saiba quando aplicar, como conduzir e quando suspender esse tipo de intervenção.

Diagnóstico diferencial: o verdadeiro diferencial do nutricionista clínico

imagem: canva

O que diferencia um atendimento técnico de um atendimento transformador é a capacidade de olhar além do sintoma. Isso exige conhecimento aprofundado de:

  • Fisiologia e fisiopatologia do trato gastrointestinal
  • Microbiota intestinal e suas interações com a dieta
  • Ferramentas de triagem nutricional e protocolos de investigação clínica
  • Evidências científicas atualizadas sobre condutas dietéticas e suplementação

Quando o nutricionista tem domínio desses temas, ele se torna muito mais do que um planejador de dietas — ele se torna um profissional essencial na jornada diagnóstica e terapêutica do paciente.

Você se sente preparado(a) para lidar com sintomas intestinais complexos?

A maioria dos nutricionistas lida com queixas digestivas quase diariamente no consultório — mas poucos se sentem verdadeiramente preparados para atuar com segurança, profundidade e base científica nessas situações.

É por isso que a Pós-Graduação em Nutrição em Gastroenterologia e Hepatologia da iPGS foi criada: para formar nutricionistas clínicos capazes de atuar com excelência nos atendimentos mais desafiadores.

Durante o curso, você vai aprender:

  • Como aplicar protocolos nutricionais baseados em evidência para SII, DII, disbiose, refluxo, esteatose hepática e muito mais
  • Como interpretar exames e colaborar com o processo diagnóstico de forma ética e segura
  • Como usar ferramentas como a dieta FODMAP, probióticos e prebióticos de forma personalizada
  • Como ganhar autoridade e reconhecimento em uma área cada vez mais valorizada

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