11 de maio, 2023
O assunto de hoje é relacionados à alimentação de crianças: a seletividade e a neofobia alimentar. Você já ouviu falar nesses conceitos?
Pois nesse post vamos discorrer mais sobre eles, dando dicas de orientação nutricional e de aprofundamento nos estudos para os profissionais.
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Confere aí!
O que é seletividade alimentar?
Seletividade X Neofobia Alimentar
Mais sobre a seletividade alimentar
Sinais e sintomas de seletividade alimentar
Como tratar a seletividade alimentar
Mais sobre a Neofobia Alimentar
Sintomas e sinais de neofobia alimentar
A seletividade alimentar é um distúrbio que pode ser caracterizado por uma recusa alimentar, pouco apetite ou certo desinteresse e até receio pelo alimento. É um comportamento típico da fase pré-escolar, que pode permanecer eventualmente até a adolescência.
Inicialmente, pode ser detectada por comportamentos como birras, demorar a comer ou tentar negociar o alimento oferecido, por exemplo. Esse tipo de comportamento, se ignorado, pode resultar posteriormente em uma limitação das atividades sociais relacionadas à alimentação.
Pacientes com seletividade alimentar desenvolvem o hábito de comer sempre o mesmo alimento, textura e sabor. Além disso, costumam afirmar que não gostam de determinados alimentos antes mesmo de experimentá-los.
Em alguns casos mais sérios, o paciente pode até apresentar náusea e vômito ao se deparar com a necessidade de comer novos alimentos.
Tanto a seletividade quanto a neofobia alimentar são exemplos de comportamentos alimentares característicos de crianças.
Geralmente, aparecem na primeira infância, e ambos têm em comum o fato de haver uma variedade alimentar reduzida.
A seletividade pode ser uma resistência individual em comer e/ou experimentar “novos” alimentos, ou seja, alimentos diferentes do padrão habitual de consumo.
Ainda, pode acabar sendo um risco para o desenvolvimento da neofobia, que é literalmente o medo de alimentos novos.
As causas deste comportamento são diversas, e pode haver associação com: menor duração do aleitamento materno exclusivo, introdução precoce dos alimentos complementares, baixo peso ao nascer e influência genética.
Tanto fatores orgânicos quanto psicológicos podem estar presentes nesse comportamento. Algumas crianças apresentam aversão sensorial de alguns alimentos e, quando são pressionadas a experimentar algo que ocasione este sentimento, podem rejeitar, ter náuseas e até vomitar.
Também é possível que esse comportamento de rejeição esteja ligado a alguma situação traumática. O quadro de refluxo, por exemplo, pode ser um dos fatores que levam as crianças a terem medo de comer e sentir dor.
A seletividade compreende 3 principais características: recusa alimentar, repertório limitado de alimentos e ingestão alimentar única de frequência.
A indicação é que a confirmação deste diagnóstico deve ser feita por um nutricionista ou por um médico, com base na realização de exames laboratoriais e investigação clínica dos sintomas.
Esse profissional ainda poderá verificar a presença de eventuais outros problemas que possam levar à rejeição dos alimentos, como alergia, ou dificuldades biomecânicas para mastigar e deglutir ou problemas gastrointestinais.
Especialistas nestes casos atualmente têm indicado uma abordagem de tratamento multidisciplinar, com participação de nutricionista, psiquiatra ou psicólogo e clínico geral ou pediatra.
Também é indicado que a família preze por criar um bom ambiente para as refeições da criança, seguindo conceitos como o mindful eating, descartando o uso de eletrônicos e outras distrações à mesa e proporcionando uma concentração e ligação maior com a comida.
Outras dicas para lidar com essa questão incluem estabelecer uma rotina mais fixa para a alimentação do paciente, evitar alimentos não saudáveis, propor pratos com grande variedade de grupos alimentares e envolver a criança na preparação da alimentação.
Para lidar com a seletividade alimentar, é importante fazer orientações como:
De acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais da Associação Americana de Psiquiatria (DSM-5), a neofobia alimentar é classificada como Transtorno Alimentar Restritivo Evitativo.
Está classificação é caracterizada por comportamentos com persistentes perturbações alimentares que levam a um aporte nutricional e energético insuficientes.
A neofobia refere-se a um medo avassalador de alimentos novos ou desconhecidos; ‘neofobia’ refere-se especificamente ao medo do novo.
Assim, a neofobia alimentar aplica esse conceito a novos alimentos, e possui alta probabilidade de ter um impacto social, psicológico e físico.
Algum grau de neofobia alimentar é comum e esperado na primeira infância como parte do desenvolvimento normal, principalmente entre três e sete anos de idade.
Normalmente as aversões alimentares diminuem a partir dos oito ou nove anos de idade e é incomum que elas persistam na adolescência e na idade adulta.
Para iniciar o tratamento da neofobia, é possível:
Após esses passos, é importante trabalhar aspectos psicológicos durante as refeições e tornar esses momentos seguros e tranquilos, criando uma relação de atenção e confiança.
O nutricionista responsável pelo atendimento de pacientes na primeira infância deve estar preparado para identificar e manejar tanto a seletividade, quanto a neofobia alimentar, a fim de evitar desequilíbrios nutricionais que podem comprometer o desenvolvimento ideal da criança no futuro.
Saber como identificar sinais e sintomas dos comportamentos alimentares presentes na primeira infância ou adolescência são fundamentais.
Por isso, é importante para todos os nutricionistas que pretendam atender nessa área aprofundar seus conhecimentos em Nutrição Materno Infantil.
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Sim, enquanto a seletividade se caracteriza por uma resistência, a neofobia já é um quadro clínico de medo e aversão a novos alimentos.
Idealmente a Nutrição Materno Infantil, ou mesmo a Nutrição em Pediatria.
Além das mencionadas acima, também existem áreas que também abordam esse tema, como a Nutrição Escolar e a Nutrição em Patologias.
Entre 8 e 12 meses, em média.
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