25 de junho, 2025
A presença de inflamação crônica é um traço comum em muitos tipos de câncer — e, não por acaso, está ligada à piora do estado clínico, perda de peso, fadiga e menor resposta aos tratamentos. Diante desse cenário, cresce o interesse em estratégias que possam modular esse processo inflamatório. Entre elas, o uso de ácidos graxos ômega-3 vem chamando atenção da comunidade científica e clínica.
Mas o que realmente sabemos sobre isso? E como essas evidências podem contribuir com o olhar do nutricionista?
EPA e DHA, os principais tipos de ômega-3 de cadeia longa, são reconhecidos por seu efeito anti-inflamatório. Em pacientes oncológicos, isso pode fazer diferença não só nos marcadores bioquímicos, mas também na qualidade de vida e na manutenção do estado nutricional.
Os dados mais recentes, especialmente uma meta-análise publicada em 2024 na revista Nutrition and Cancer, reuniram 33 ensaios clínicos com mais de 2.000 pacientes. A conclusão? Doses em torno de 1 g/dia de EPA+DHA mostraram redução significativa em IL‑6 e TNF‑α, dois marcadores importantes no contexto da inflamação crônica associada ao câncer.
Esses achados foram observados tanto em suplementos via oral/enteral quanto em formulações parenterais — embora a qualidade da evidência varie conforme o marcador e o tipo de intervenção.
Sim. Em alguns estudos, o ômega-3 também foi relacionado a:
Claro que esses resultados ainda precisam ser interpretados com cautela, levando em conta o tipo de câncer, o estágio da doença, a intervenção utilizada e o tempo de acompanhamento.
Para o nutricionista clínico que atua com pacientes oncológicos, os dados recentes oferecem respaldo importante para considerar a suplementação com ômega‑3 como parte da intervenção nutricional:
Importante lembrar: apesar de promissor, o uso do ômega‑3 deve ser individualizado, com monitoramento contínuo e alinhado aos demais cuidados da equipe multiprofissional.
A maior parte dos estudos concentra-se em tipos específicos de câncer e em populações heterogêneas, o que exige cautela na extrapolação dos dados. Além disso:
As principais diretrizes, incluindo a ESPEN, recomendam o uso de ômega‑3 em cenários específicos — notadamente em caquexia — com grau de evidência moderado. A suplementação pode complementar o manejo nutricional, mas deve ser aplicada sob supervisão médica, com critérios clínicos claros e avaliação multidisciplinar.
Além disso, é importante considerar que:
O nutricionista especializado em oncologia tem o papel de integrar conhecimento técnico, sensibilidade clínica e olhar sistêmico para oferecer cuidado nutricional completo. A suplementação com ômega‑3 não substitui a base alimentar, mas pode ser um recurso valioso na personalização da terapia, contribuindo com evidência para melhor desfecho clínico.
A ciência avança — e a atuação do nutricionista precisa acompanhar. Se você deseja dominar os pilares da nutrição oncológica com segurança, sensibilidade clínica e embasamento científico sólido, conheça a Pós-graduação Nutrição em Oncologia da Faculdade iPGS.
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